15.8.12

Principe Real, physalis, vegetarianos e o melhor dos amigos




































Apesar de ser hábito recente, arrisco-me a substituir um tímido "tenho ido" por um convicto "vou" ao mercado do Principe Real semanalmente. O cesto de verga que já me quardou mil merendas em criança, acompanhou-me em piqueniques e transportou um pequeno gato serve agora para o manjericão generoso, folhas de alface, maravilhosos damascos e os belos e absolutamente gulosos tomates coração de boi que como como quem come maçãs, assegurando que sobrevivem sem quaisquer mazelas, pisadelas ou murchadelas na viagem de volta, indo para a mesa, ou directamente para a boca, tão bonitos como quando lhes peguei. As escolhas mais resistentes e robustas vão debaixo do braço, no velho saco de pano que já começa a ganhar cheiro de algo que cumpre fielmente a sua função, seja para o pão, iogurtes, queijo, fruta ou vegetais.
Comecei pela banca do fundo - sim, a do Poial - sempre das primeiras a ser montada e, convenientemente das que me dá maior prazer deixar uns trocos, tomando a liberdade de levar de lá sempre algo diferente, imprevisível. Decido deixar de parte os tomates-cereja que tinha em mente para umas tartines de requeijão e tomates assados que planeei fazer para uma festa cheia de frango assado e paradoxalmente cheia de gente que não deita o dente a animais e pego em dois saquinhos de papel kraft cheios de tomatillos, mais conhecidos por physalis (e. philadelphica) por estas bandas, com a espectativa de fazer o melhor dos petiscos para o melhor dos amigos.



Uma pasta de tomates, coentros, cebola e pimento empilhada lâminas crocantes de tortillas caseiras faz magia. Findas as tortillas - as doze que fiz foram-se depressa - "limpou-se" a tigela com pão.



Salsa verde mexicana
Não coloco aqui a receita das tortillas porque não é tem mesmo nada que saber nem nada que adaptar. A única coisa útil é saber que quanto mais finas forem desenroladas mais crocantes ficam quando foram cozidas e como tal, muito mais agradáveis de trincar. 
Os tomatillos são um fruto bastante peculiar, e o seu formato e sabor crú lembram claramente um cruzamento entre o tomate e o pimento (que é também da familia do tomate). Guardei uns poucos para brincar com eles e ver no que dá. 
Quando preparei todos os ingredientes utilizei cerca de 2/3 para esta receita e juntei um pouco de abacate ao restante, piquei muito bem à semelhança deste tipo de salada para um almoço rápido, enrolado num wrap ou servido com arroz e gambas.

14 tomatillos
3 dentes de alho
1 pimento verde pequeno
1 cebola média
1/2 c.chá de malagueta em pó
sumo de 1/2 lima
10g (cerca de 1 chávena) de coentros, picados
sal e pimenta q.b

Retirar a casca dos tomatillos e lavá-los muito bem. Cortá-los ao pedaços e colocar numa liquidificadora.
Descascar os dentes de alho e juntar ao tomatillos. Abrir o pimento, retirar as sementes, cortar aos pedaços e adicionar à liquidificadora.
Descascar a cebola, cortar grosseiramente e juntar ao restantes ingredientes.
Adicionar os restantes ingredientes, tendo cuidado com a quantidade de sal e processar tudo até adquirir a consistência desejada (gosto do meu ainda com alguma consistência, mas bem passado). Provar, corrigir os temperos e os coentros se for necessário e processar novamente.
Colocar no frigorífico pelo menos uma hora para se servir bem fresco e dar tempos aos sabores para se fundirem.





































a ouvir: Will You Be Ready - Deep Forest

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